Garimpo ilegal em Áreas Protegidas na bacia do Tapajós

O conflito relativo à expansão do garimpo ilegal em áreas protegidas de uso sustentável - APA do Tapajós, Flona do Amanã, Flona de Altamira, Flona de Itaituba I e II - e de proteção integral - Parna do Jamanxim, Parna do Rio Novo - no município de Itaituba/PA tem aumentado com o acolhimento por parte do atual governo federal do pleito pela regularização do garimpo em áreas protegidas. O lobby para permitir a emissão de Permissão de Lavra Garimpeira nas áreas protegidas de uso sustentável, como a FLONA do Amanã, FLONA do Jamanxim, FLONA do Crepori e FLONA do Trairão, é encabeçado pela Anoro, Associação Nacional do Ouro, que congrega instituições financeiras que operam com ouro. No âmbito do Plano BR-163 Sustentável, a antiga delimitação da Reserva Garimpeira do Tapajós teve mais de 85% de sua área destinada à criação da APA Tapajós, FLONA do Crepori, FLONA do Jamanxim, PARNA do Jamanxim e PARNA do Rio Novo. De acordo com o presidente da ANORO, Dirceu Santos, "[O Plano BR-163 Sustentável] veio sem considerar que a principal atividade econômica ao londo dos 1000 km da estrada é o garimpo. O umbigo do mundo está na região do Tapajós, que abrigou o mais antigo vulcão do mundo, com grande incidência de minérios [...] Geodiversidade vem antes da biodiversidade: você pode transportar uma floresta, mas não pode transportar uma mina ou uma jazida". Em manifestação afirmativa ao garimpo na Amazônia, o governo federal tem desmobilizado instrumentos de combate ao garimpo ilegal, como a apreensão e destruição de maquinário utilizado na atividade ilegal, havendo exonerado três servidores do Ibama em abril de 2020 que estavam à frente de operação de fiscalização ambiental na bacia do Xingu em atendimento a pressão de garimpeiros e instituições financeiras do mercado do ouro.